junho 10, 2011

Contribuição de pesquisa realizada pela tutora Sônia Veras no fórum de tutores do curso de pedagogia na disciplina Educação a Distância, promovida pela Universidade Aberta do Brasil - UAB/UnB.

Nenhum investimento produzirá retornos efetivos se nossos conceitos sobre educação e gestão escolar permanecerem os mesmos – Viviane Mosé;


—>Esta semana estarei em SP discutindo estas ideias <—
(O texto abaixo formará um livro, “50 coisas que aprendi sobre o mundo 2.0″. Colaborações são bem vindas e os que ajudarem na revisão, melhoria do texto serão citados nele. Ver também outros posts para o e-book. )

1- Existem mudanças na sociedade na forma de se informar, conhecer e comunicar e isso inapelavelmente têm forte impacto na forma de ensinar e aprender a inalcançável realidade;
2- A principal modificação no conhecimento é que ele está deixando de ser mais consolidado (sólido/individual) baseado numa mídia do papel impresso (lenta) para um mais dinâmico (líquido/coletivo) baseado numa mídia digital (rápida) para atender as novas demandas de produção e consumo de uma sociedade superpovoada, que impacta em todos os setores, inclusive na escola. (A Wikipédia é um bom exemplo de representação do conhecimento líquido/coletivo);
3- O modelo atual da escola se já era questionado no passado, agora se torna ainda mais obsoleto, pois é lento, ineficaz, pouco inteligente e pouco motivador, não formando o cidadão/cidadão para os novos desafios num mundo cada vez mais complexo e dinâmico. Estamos, assim, iniciando de forma coletiva a passagem das escolas baseadas em um modelo fechado de conhecimento (que não se modifica com os encontros) para outra em que o conhecimento é aberto (se altera a cada interação);
4 – De uma escola na qual existe algo a “ser aprendido” em uma base de conhecimento definida por “doutores”, na qual o aluno tem muito pouco a contribuir, na qual só o professor “sabe”. Para uma nova Escola 2.0, na qual o professor passa muito mais a ser um coordenador de dúvidas, apresenta até onde problematizou questões e incentiva fortemente o debate entre os alunos;
5- Tal escola alternativa esteve presente na mente de vários educadores (como Paulo Freire), mas agora se tornarão sistêmicas, incentivadas por quem está no poder, pois o mundo tem que ser mais ágil, em função do tamanho da nova população e suas consequências, movida agora por uma mídia mais dinâmica, e, portanto, leva a escola junto (além das outras instituições da sociedade). Assim, se o modelo da escola atual é filha do livro impresso, o da nova será a do ambiente digital em rede;


6- A mudança de postura do professor implica numa nova relação deste com o seu ego, que deixa de se apegar em conceitos estabelecidos e passa a combater o desconhecido, procurando reduzir o surgimento dos egos em sala de aula. Trabalha-se com argumentos e não com adjetivos. O inimigo passa a ser a ignorância de todos diante do desconhecido inatingível, no qual todos são alunos e professores procuram coletivamente a forma mais eficaz de vencer os impasses;
7- Os alunos precisam utilizar todas as ferramentas colaborativas online quando não estão juntos presencialmente e quando estão presencialmente, algo cada vez mais difícil, caro, que demanda tempo, espaço, devem evitar, ao máximo, o uso de equipamentos eletrônicos e serem estimulados fortemente a conversar e a trocar, a não ser que o tema seja algo que estes sejam extremamente necessários;

8 - Assim, procura-se na nova escola permitir que o cidadão/cidadã do novo século não mais lide com a informação de forma decorada (utilizando a memória), mas consiga construir cenários, compreender a lógica para lidar com uma informação abundante, mas pobre de significado (utilizando a criatividade) . Isso implica em um amadurecimento afetivo de todos os cidadãos/cidadãs para lidar de forma mais efetiva com uma liberdade informacional cada vez maior;
9- Neste cenário, o ensino de história e filosofia devem ganhar forte ênfase, pois são as disciplinas humanas que ajudam a superar crises de conhecimento desse tipo e incentivam a descolar o ser humano da sua realidade mais presente e atual, permitindo-o ver os conceitos e a realidade “mais de fora”;
10 - A ideia de separação dos alunos por turmas, séries, idades, espaço físico, cidades, estados, países, idiomas tende a ficar cada vez mais obsoleta, bem como, a separação do espaço entre sala de aula e casa mais invisível. Por fim, estamos, por necessidade de lidar com o complexo, em um aprendizado muito mais coletivo do que individual.


Que dizes?
Nepomuceno
nepo.com.br

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